
Imagem: Redes Sociais
Nesta quinta-feira (09/10), o prefeito Marco Marcondes (PSD) foi preso durante a Operação Fake Care, deflagrada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), sob suspeita de envolvimento em um esquema de corrupção que causou prejuízo de cerca de R$ 10 milhões aos cofres públicos do município. A ação investiga crimes como corrupção ativa e passiva, contratação direta ilegal, peculato e lavagem de dinheiro, relacionados a fraudes em contratos da área da saúde. Marcondes, que assumiu o cargo após a cassação de seu antecessor, foi detido em sua residência na Região Metropolitana de Curitiba, junto com outros servidores e empresários. A prisão representa o mais recente capítulo de uma sequência de escândalos que abalam a administração da cidade nos últimos anos.
Essa não é a primeira vez que Fazenda Rio Grande, um município jovem da RMC, vê seus líderes envolvidos em controvérsias graves. Nos últimos 11 anos, três prefeitos enfrentaram acusações significativas, gerando instabilidade política e diversos questionamentos sobre a governança local.
O primeiro caso dessa sequência foi de Chico Santos, ex-prefeito que, em 2014, foi condenado após ser acusado pelo TCE-PR de improbidade administrativa por terceirizar ilegalmente a contratação de mão de obra na saúde, por meio do Instituto Confiancce, além da omissão em não fiscalizar a aplicação do dinheiro público. Anteriormente, em 2013, Chico já havia tido seu mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) por abuso de poder político, ao ser acusado de utilizar a estrutura da prefeitura e servidores para produzir dois jornais da cidade. Ao recorrer ao TSE, Chico foi inocentado pela Justiça Eleitoral desta acusação.
Inclusive, atualmente Chico Santos trabalha na gestão de Ratinho Júnior (PSD) como superintendente executivo do Serviço Social Autônomo Paranacidade, uma agência vinculada à Secretaria das Cidades (SECID) do Governo do Estado do Paraná.
Em seguida, veio o caso de Nassib Hammad, eleito em 2020 e empossado em 2021. Seu mandato foi cassado pela Câmara de Vereadores em fevereiro de 2022, após acusações de envolvimento em um esquema de “fura-fila” na vacinação contra a Covid-19, que beneficiou indevidamente cerca de 170 servidores municipais. Além disso, Nassib foi denunciado por contratação irregular de servidores e aplicação indevida de recursos públicos. A sessão de cassação, que durou horas, resultou em uma votação que retirou o prefeito do cargo, abrindo caminho para Marcondes, assumir interinamente e, posteriormente, ser eleito. Esses episódios sucessivos revelam um padrão preocupante de instabilidade na liderança de Fazenda Rio Grande, principalmente no poder executivo, mesmo sendo uma cidade extremamente jovem e que completa 35 anos de existência em 2025.
Para um município ainda em fase de crescimento, com uma população estimada em torno de 150 mil habitantes e desafios complexos na expansão urbana e infraestrutura, essa rotatividade de escândalos pode ser muito danosa para população. Ela erode a confiança dos munícipes nas instituições locais, atrasa investimentos e projetos de desenvolvimento, e pode perpetuar um ciclo de corrupção que afeta diretamente serviços essenciais como saúde, educação e segurança pública. Em uma cidade tão jovem como Fazenda, onde o foco deveria estar na construção de bases sólidas para o futuro, esses problemas políticos representam um obstáculo significativo ao progresso da cidade, demandando maior vigilância da sociedade civil e dos órgãos fiscalizadores para romper esse padrão que vem prejudicando a cidade nos últimos anos.
