Em uma decisão controversa que tem gerado revolta entre centenas de candidatos aprovados em concurso, o prefeito de Cianorte, Marco Franzato (PSD), revogou o concurso público para a Guarda Municipal, acabando com sonhos profissionais e questionando a real transparência da administração municipal. A matéria exibida pela RPC, afiliada da Globo, no programa Meio Dia Paraná no dia 15 de outubro, destacou a mobilização dos candidatos, que formaram uma comissão para pressionar a prefeitura pela revogação do decreto. Nesta reportagem, foram entrevistados alguns candidatos que foram aprovados, que investiram tempo, dinheiro e esforço em um processo que foi abruptamente interrompido por uma escolha absurda do prefeito.
De acordo com a reportagem da RPC, os candidatos – muitos dos quais já sonham em vestir o uniforme da Guarda Municipal – argumentam que o concurso deve ser retomado imediatamente. Em entrevistas concedidas, eles expressam frustração e decepção com a falta de justificativas convincentes da prefeitura. Um dos pontos mais criticados é a alegação de “inviabilidade orçamentária”, que parece mais uma desculpa sem sentido do que uma justificativa séria. Isso porque, a prefeitura alega que teria que contratar no mínimo 200 guardas municipais e que isso estaria descrito em lei, entretanto, na realidade a Constituição não aborda sobre o número mínimo de guardas municipais, e sim do número máximo de efetivo, que seria de 246 guardas municipais em uma cidade como Cianorte. Logo, esta justificativa da prefeitura é apenas uma desculpa mentirosa, o que tem gerado revolta nos guardas e nos munícipes. Outra alegação da prefeitura para explicar o fim do concurso, foi relatar que faltaria dinheiro ao município por conta da medida de corte no valor do IPVA, feita por Ratinho Júnior. Vale ressaltar, que no concurso feito em Cianorte, mais de 200 pessoas foram aprovadas.
O que relatam os guardas aprovados?
Em entrevista para a RPC, Henrique Conrado da Costa diz que os aprovados se mobilizaram para a criação desta comissão para saberem de mais informações sobre o concurso, porque o prefeito não dava pronunciamentos sobre o projeto da Guarda Municipal, mesmo com todos já aprovados. E pontuou que muitos dos guardas concursados são de fora do Paraná, e que se mudaram para Cianorte por conta da aprovação.
Davi Leandro da Silva, candidato que morava no Mato Grosso do Sul, ficou em vigésimo oitavo lugar no concurso e se mudou para Cianorte com a esperança de que tudo começasse rápido, porém não foi isso que aconteceu.
Júlio Cesar Casagrande, aprovado em Cianorte, disse que antes disso havia sido aprovado no concurso para polícia penal de Goiás, mas que acabou abrindo mão após o anúncio do exame para guarda municipal de Cianorte.
Em resposta, a Prefeitura de Cianorte apenas disse que irá devolver a taxa de inscrição paga pelos candidatos, no valor de R$ 70,00. E também anunciou que não há previsão para novos concursos da guarda municipal, mas que estão em tratativas com o governo estadual para instalação de uma escola de formação de soldados em Cianorte, que deverá contribuir com cerca de apenas 30 novos policiais militares na cidade