Ex-prefeito do PSD no Paraná condenado por corrupção passiva e falsidade ideológica eleitoral é nomeado em cargo por Ratinho Júnior

Imagem: Divulgação

O ex-prefeito de Antonina, José Paulo Vieira Azin, conhecido como Zé Paulo (PSD), foi condenado pela Justiça Eleitoral do Paraná em junho de 2024 por irregularidades na campanha eleitoral de 2016. A sentença envolveu crimes de corrupção passiva e falsidade ideológica eleitoral, relacionados à prática de caixa 2, com recebimento de doações não declaradas no valor de R$ 20 mil. Os recursos foram entregues por um empresário em troca de promessas de favorecimento em licitações e serviços públicos municipais. A pena aplicada foi de três anos de reclusão em regime aberto, substituída por prestação de serviços à comunidade e uma multa pecuniária de R$ 20 mil.

Apesar da condenação, que permanece vigente enquanto tramita recurso em instâncias superiores, Zé Paulo continua atuando no setor público. Atualmente, ele ocupa um cargo comissionado na Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Portos do Paraná), uma autarquia estadual ligada ao governo do Paraná. A nomeação ocorreu em abril de 2025, como parte de um grupo de ex-prefeitos aliados do governador Ratinho Junior (PSD) que foram realocados em posições no Executivo estadual após o fim de seus mandatos municipais. Essa movimentação tem gerado debates sobre a compatibilidade de condenações judiciais com cargos nomeados, embora a decisão não impeça diretamente funções administrativas, focando mais em inelegibilidade eleitoral.

A defesa de Zé Paulo reagiu à sentença afirmando respeitar a decisão judicial, mas considerá-la “juridicamente frágil”, um “julgamento equivocado no aspecto jurídico e fático”, com fragilidades em provas e ainda passível de recurso. O advogado Jeffrey Chiquini, responsável pela defesa, destacou que prefeitos frequentemente lidam com “falsas denúncias de opositores políticos”, o que daria credibilidade a “um farsante”, mas expressou confiança na justiça para que “a verdade prevaleça”. Recentemente, Chiquini tem se identificado publicamente como defensor de valores tradicionais, alinhando-se a movimentos conservadores e criticando o que chama de “ativismo judicial de esquerda”.

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